ANSIEDADE NA GRAVIDEZ

A gravidez é um período de transição na vida das mulheres, um marco importante que envolve mudanças significativas e reorganizações. Transições também ocorrem em outros momentos da vida, como casar-se, descasar-se ou aposentar-se, por exemplo. Situações de transição podem ou não ser vividas como crises e normalmente a gravidez é vivenciada como uma crise que, em seus aspectos positivos, proporciona oportunidades para o desenvolvimento e amadurecimento pessoal.

Como a gravidez é uma situação crítica, ela implica em uma vulnerabilidade emocional maior da mulher, acontece uma desorganização do modo de vida anterior, várias modificações fisiológicas e estados emocionais próprios da gravidez, e tudo isso leva a uma presença normal de certo grau de ansiedade. Nesta época há um equilíbrio instável temporário da personalidade, acontecem oscilações de humor ,alguns comportamentos mais regredidos, que são próprios do estado da gravidez.

Por vários fatores, que dependem de cada caso, a ansiedade na maternidade pode ser mais intensa para algumas mulheres e observou-se que, aí, há maior probabilidade de haver complicações obstétricas na gravidez, no parto e no puerpério (após o parto). Alguns exemplos de fatores psicológicos que aumentam o grau de ansiedade em mulheres grávidas são os temores relacionados ao parto e o receio sobre o novo papel de mãe.

Estar grávida envolve a necessidade de reestruturação e reajustamento em várias dimensões, como a mudança de identidade, uma nova definição de papéis, as privações profissionais que podem acontecer, as expectativas reais e as fantasias quanto ao bebê que vai nascer, a mudança no relacionamento com o marido, a alteração familiar, entre outras coisas.

Tudo isso pode levar a esse aumento de ansiedade maior do que o já esperado e isto varia de pessoa para pessoa. Quando este estado de ansiedade ultrapassa um nível tolerável para a pessoa, uma psicoterapia pode ajudá-la a enfrentar melhor este período e todas essas mudanças decorrentes da maternidade.